Militares que participam do curso de formação haviam relatado o temor de contaminação devido a atividades em grupo, como banho de lama
Em abril, a corporação retomou parcialmente as atividades para habilitar novos profissionais a atuarem nas ruas. No entanto, em meio à pandemia do novo Coronavírus e ao perceber a alta possibilidade de contaminação, os futuros bombeiros denunciaram ao Metrópoles, em 6 de maio, o medo de sofrerem com a doença. O temor virou realidade.
Integrantes do curso, que preferem não se identificar por medo de represálias, ressaltam que, ao contrário do que o CBMDF afirma oficialmente, há mais de um infectado. Segundo relatos, houve o afastamento de três profissionais. Os demais temem um aumento de casos em escala, devido à alta concentração de pessoas em um mesmo lugar.
“Não foi só um. Foram três até o momento. Além disso, não fomos testados. Um deles ficou doente, retornou sem realizar o exame para saber se ainda é vetor de contaminação “,
afirmou um dos profissionais que conversou com a reportagem.
Embora todos os militares em treinamento usem máscara, eles relatam que as mesmas práticas informadas em 6 de maio à reportagem continuam acontecendo.
As atividades em anilhas com lama, as trocas de roupa em locais coletivos e o uso do mesmo equipamento, como máscaras de oxigênio, foram mantidos.
As atividades em anilhas com lama, as trocas de roupa em locais coletivos e o uso do mesmo equipamento, como máscaras de oxigênio, foram mantidos.
“Não há irregularidade nessas práticas. Temos que aprender mesmo. Porém, se continuar assim, todos seremos contaminados”,
alertou outro participante do curso. Acrescentou ainda que todos temem pela saúde das respectivas famílias.
Medo
Por meio de nota, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal afirmou que, “conforme nota encaminhada ao Metrópoles no dia 5 de maio, o Centro de Formação de Praças (Cefap) está adotando todas as medidas de segurança e prevenção possíveis para resguardar a saúde dos militares, sejam alunos ou instrutores”.
“Destaca-se que a corporação elaborou diversos protocolos de atendimento e descontaminação de seus equipamentos, incluindo os equipamentos de proteção respiratória”,
acrescentou.
A corporação confirmou o teste positivo de um dos participantes do grupo e ressaltou que adota todos os protocolos exigidos pelo Ministério da Saúde. “O militar que apresentar sintomas é imediatamente afastado e submetido ao teste da Covid-19, permanecendo afastado e sendo monitorado por equipe médica da corporação”, afirmou.
Sobre o estudante contaminado, o CBMDF ressaltou que ele foi afastado, testado positivo e, “felizmente, já foi reintegrado às atividades do Curso de Formação de Praças”.
O curso foi retomado no dia 27 de abril de 2020, um mês depois de aOrganização Mundial de Saúde (OMS) ter classificado as infecções pela Covid-19 como pandemia. Os formados atuarão como soldados dos quadros combatente, condutor e mecânico.
Fonte: Portal Metrópoles.